ATA DA SEXAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 19-8-2004.

 


Aos dezenove dias do mês de agosto de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sofia Cavedon e Wilton Araújo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Beto Moesch, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Gerson Almeida, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Nereu D'Avila e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Na ocasião, face à inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Qüinquagésima Quarta, Qüinquagésima Quinta e Qüinquagésima Sexta Sessões Ordinárias e da Vigésima Oitava, Vigésima Nona e Trigésima Sessões Solenes. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Pestana, o Projeto de Lei do Legislativo nº 174/04 (Processo nº 4018/04); pelo Vereador Cassiá Carpes, os Pedidos de Providências nos 1538, 1561 e 1562/04 (Processos nos 4104, 4168 e 4169/04, respectivamente); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Pedido de Providências nº 1543/04 (Processo nº 4128/04) e o Pedido de Informações nº 140/04 (Processo nº 4129/04); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 1559 e 1560/04 (Processos nos 4163 e 4165/04, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Providências nos 1554 e 1555/04 (Processos nos 4154 e 4156/04, respectivamente); pelo Vereador João Bosco Vaz, o Pedido de Providências nº 1540/04 (Processo nº 4117/04); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 182/04 (Processo nº 4119/04); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Pedido de Providências nº 1563/04 (Processo nº 4171/04). Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 343/04, firmado pela Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, através do qual Sua Excelência informa que o Vereador Beto Moesch representará externamente este Legislativo na Conferência “A Universidade frente aos desafios da sustentabilidade”, a ocorrer no dia oito de setembro do corrente, a partir das oito horas, no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 232/04, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal – CEF; 1117, 1678, 1962, 2334 e 17267/04, da Senhora Márcia Aparecida do Amaral, respondendo pela Diretoria Executiva do Fundo Nacional de Saúde do Ministério de Saúde. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Antônio Chaves Barcelos, representando o Conselho de Consumidores da Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE, que discorreu sobre as repercussões, para os produtores rurais da Cidade, do aumento nas tarifas de energia elétrica, em decorrência da redefinição das áreas rural e urbana do Município, pela aprovação da Lei Complementar nº 434/99, que instituiu o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Ervino Besson, João Antonio Dib, Reginaldo Pujol, Guilherme Barbosa, Raul Carrion e Professor Garcia manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Antônio Chaves Barcelos, para considerações finais em relação às manifestações dos Senhores Vereadores sobre o tema abordado por Sua Senhoria em Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn, reportando-se ao pronunciamento do Senhor Antônio Chaves Barcelos, classificou como equivocada a interpretação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, de que, em face da criação da Zona Rururbana em Porto Alegre, não existiria mais a atividade rural no Município. Também, solicitou que este Legislativo conteste formalmente as tarifas definidas pela CEEE para áreas de produção agrícola de Porto Alegre. Na oportunidade, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que cópias do material taquigráfico referente ao assunto hoje tratado durante a Tribuna Popular, sejam encaminhadas ao Ministério de Minas e Energia, à Agência Nacional de Energia Elétrica, à Companhia Estadual de Energia Elétrica e à Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS. Também, o Vereador Ervino Besson procedeu à entrega, ao Senhor Antônio Chaves Barcelos, de documento elaborado por este Legislativo, relativo à situação dos produtores rurais em Porto Alegre após a aprovação da Lei Complementar Municipal nº 434/99. Ainda, o Senhor Presidente registrou a presença do Conselheiro Carlos Martins, do Conselho de Consumidores da Companhia Estadual de Energia Elétrica. Às quinze horas e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal leu editorial publicado ontem no jornal Correio do Povo, intitulado “Balão-de-Ensaio?”, em que são questionados os reais objetivos do projeto do Governo Estadual, de terceirização do sistema de presídios no Rio Grande do Sul. Finalizando, ressaltou sua concordância com o texto publicado por esse veículo, criticando a política atualmente vigente no Estado do Rio Grande do Sul na área da segurança pública. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion reportou-se ao pronunciamento anterior do Vereador Pedro Américo Leal, analisando proposta apresentada pelo Governo Estadual, de terceirização dos presídios gaúchos. Nesse sentido, afirmando que essa medida resultaria na utilização do trabalho do preso para financiamento do sistema, leu trechos de artigo, a respeito do assunto, de autoria do Senhor Cláudio Brito, publicado ontem no Jornal Zero Hora, intitulado “Ganhando com a dor”. O Vereador Renato Guimarães comentou denúncias recebidas por este Legislativo, de falta de medicamentos em postos de saúde de Porto Alegre, citando reportagem publicada hoje no jornal Diário Gaúcho, intitulada “Sem dinheiro, o Estado sorteia quem vai ganhar a medicação”. Ainda, mencionou confronto entre a Brigada Militar e populares, ocorrido no dia quinze de agosto do corrente, durante festival de música realizado na Zona Norte da Cidade. O Vereador Ervino Besson reportou-se ao pronunciamento hoje efetuado na Casa pelo Senhor Antônio Chaves Barcelos, durante a Tribuna Popular, acerca da perda de benefícios tarifários vivenciada por produtores agrícolas da Cidade, em face da aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 434/99, que alterou a denominação da Zona Rural para Zona Rurubana. Quanto ao assunto, comentou proposta de autoria do Vereador João Antonio Dib, para reverter essa alteração. O Vereador João Antonio Dib leu texto de autoria do advogado Deoclécio Galimberti, intitulado “Direito Adquirido”, em que se alude ao julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, das Ações Diretas de Inconstitucionalidade nos 3.105 e 3.128, que versam sobre o desconto de quota previdenciária dos aposentados. Também, lamentou que a decisão final sobre o tema tenha sido favorável a esse desconto, afirmando que isso contraria dispositivos básicos da Constituição Federal. Na ocasião, o Vereador Ervino Besson formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, adendando Requerimento formulado pelo Vereador Adeli Sell, durante a Tribuna Popular, para encaminhamento de documentos relativos aos debates hoje realizados na Casa acerca das áreas da Zona Rururbana de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Haroldo de Souza abordou os reflexos, sobre a comunidade, das atividades da classe política do País. Também, saudou o projeto de Escolas de Tempo Integral, implantado pelo Governo do Estado, e criticou a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Federal, mencionando proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo e denúncias veiculadas pela imprensa, contra a atuação do Senhor Henrique Meirelles, Presidente do Banco Central. O Vereador Adeli Sell discorreu acerca dos problemas enfrentados no Estado e no Município, na área da segurança pública, comentando as dificuldades no combate à criminalidade. Também, considerou como positivas as medidas tomadas pela Prefeitura Municipal, no sentido de minimizar os efeitos da violência urbana, exaltando a efetividade das operações realizadas conjuntamente por órgãos municipais e estaduais e defendendo maior rigor dos Poderes Públicos contra as ilegalidades. O Vereador Cassiá Carpes referiu-se aos discursos dos Vereadores Adeli Sell e Pedro Américo Leal, alegando que, quando o Senhor Olívio Dutra exerceu o cargo de Governador do Estado, as políticas de segurança pública não eram eficientes. Ainda, criticou o Executivo Municipal, relativamente à administração da saúde pública, e finalizando, questionou a eficácia do sistema político brasileiro, julgando necessária uma reflexão ampla sobre como enfrentar mais efetivamente os problemas do País. Em TEMPO DE PRESIDENTE, o Vereador Elói Guimarães informou que entrou em contato com o Gabinete do Senador Sérgio Zambiasi, comentando problemas enfrentados pelo Hospital Vila Nova e a possibilidade de não ocorrer o leilão dessa instituição. Em relação ao assunto, posicionou-se contrariamente à privatização do Hospital Vila Nova, apontando o agendamento de uma reunião com a direção do Instituto Nacional do Seguro Social para tratar dessa questão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion divulgou a realização, nos dias seis e sete de agosto, do “I Encontro Nacional do Movimento pelo Direito ao Transporte”, destacando a discussão realizada na ocasião acerca do preço das tarifas de transporte público. Também, citou estatísticas sobre a relação entre o preço dos combustíveis e das passagens de ônibus, questionando os aumentos que essas tarifas sofreram nos últimos anos. O Vereador Gerson Almeida dissertou sobre a prestação de contas do Grupo Hospitalar Conceição, abordando os números de atendimentos prestados por esse complexo hospitalar e elogiando o trabalho do Senhor João Motta, Superintendente do Grupo. Ainda, criticou as políticas adotadas pelo Governo Estadual na área da segurança pública, censurando a idéia de se empregarem policiais temporários pela Brigada Militar e discordando da possibilidade de privatização dos presídios estaduais. Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando verificação de quórum, tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz teceu considerações a respeito da relação existente entre a questão do desemprego e os índices de violência no Brasil, justificando que os resultados das ações implementadas pelo Governo Estadual, na área da segurança pública, apesar de estarem no caminho certo, dependem de políticas efetivas, em nível federal, de enfrentamento dos problemas econômicos do País e criação de novas vagas de trabalho. Na oportunidade, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando verificação de quórum, tendo o Senhor Presidente informado que, primeiramente, concederia a palavra aos Vereadores já inscritos em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, O Vereador Professor Garcia manifestou-se sobre sua presença em reunião realizada ontem, no Colégio Nossa Senhora da Glória, apontando as principais dificuldades apresentadas pelos moradores daquela região em relação aos problemas do trânsito local. Nesse sentido, ressaltou as respostas dadas pela Senhora Maria Cristina Piovesan, Diretora de Transportes da Empresa Pública de Transporte e Circulação, às reivindicações daquela comunidade. A Vereadora Clênia Maranhão teceu críticas ao tratamento dispensado aos idosos no sistema de transporte público de Porto Alegre, considerando discriminatória a separação de um espaço exclusivo nos ônibus para pessoas de idade avançada. Em relação ao assunto, afirmou que em várias oportunidades os passageiros idosos têm de ficar em pé, enquanto sobram lugares na área não reservada a eles, sustentando que esta prática fere o disposto no Estatuto do Idoso. Na ocasião, por solicitação feita anteriormente pelo Vereador João Antonio Dib, foi realizada a verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 025, 095, 096 e 100/04, os Projetos de Lei do Legislativo nos 078, 131, 147, 153, 154, 157, 160, 161, 164, 166, 170 e 172/04, os Projetos de Lei do Executivo nos 024, 025, 029, 033, 035, 036, 037 e 038/04, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/04, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 341/03; em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 088, 097 e 098/04, os Projetos de Lei do Executivo nos 026, 027, 028, 030, 031, 032 e 034/04. Durante o período de Pauta, o Vereador Cláudio Sebenelo formulou Requerimento verbal, solicitando verificação de quórum, tendo o Vereador João Antonio Dib manifestado-se e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Às dezesseis horas e quarenta e três minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Pedro Américo Leal, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Antônio Chaves Barcelos, representando o Conselho de Consumidores da Companhia Estadual de Energia Elétrica - CCCEEE -, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à Lei Complementar nº 434/99, que altera situação de área rural no Município, com repercussão na tarifa de energia elétrica, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. ANTÔNIO CHAVES BARCELOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores de Porto Alegre, meu nome é Antônio Chaves Barcelos. "Venho aqui, na qualidade de representante do setor rural, designado pela Farsul no Conselho de Consumidores da Companhia Estadual de Energia Elétrica, e por incumbência da unanimidade desse Conselho, expor ao Plenário desta Câmara Municipal o sério problema de ordem econômica que estão sofrendo todos os produtores primários deste Município, pondo em risco a continuidade da sua atividade, e pedir aos Legisladores de Porto Alegre a solução do problema, que, necessariamente, passa pela decisão desta Câmara.

A CEEE é concessionária da distribuição de energia elétrica em todo o Município de Porto Alegre, por concessão recebida da Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, pois que, pela Constituição Federal, é de competência exclusiva federal toda a regulação de energia elétrica no Brasil. Pois a CEEE, por Circular dirigida a todos os consumidores rurais de Porto Alegre, informou-lhes que, a partir do dia 19.03.2004, a tarifa de fornecimento de energia elétrica aplicada a eles passaria da classificação de rural, no valor de R$ 0,20515 kWh, para a classificação de comercial, no valor de R$ 0,31267 kWh. Conseqüentemente, com um aumento de 52,41%, e isso por necessidade de a CEEE obedecer à Resolução nº 456/2000, da Aneel.

É significativa e importante a incidência do custo do consumo de energia elétrica no custo total dos produtos primários ofertados pelos agricultores deste Município para a produção da alimentação de toda a população porto-alegrense.

Os produtores rurais de Porto Alegre dedicam-se, principalmente, à produção de hortigranjeiros e frutas, alimentos rapidamente perecíveis, que exigem conservação em câmaras frias, eletrificadas, para que o seu fornecimento à cesta básica dos habitantes de Porto Alegre seja contínuo e de qualidade.

O aumento da tarifa de energia em 52,41% para a produção e conservação desses alimentos só deixa duas alternativas: ou onera o custo da cesta básica dessa população, ou busca esse fornecimento junto a produtores de fora do Município, fora do território de Porto Alegre, que não sofreram esse aumento na tarifa elétrica, inviabilizando, por conseqüência, a atividade de produção de alimentos dentro do território de Porto Alegre.

A Capital tem mais de 300 produtores rurais filiados ao Sindicato Rural de Porto Alegre, que estão agregados à Farsul, e há, ainda, em Porto Alegre, milhares de pequenos produtores rurais de produção familiar, os quais estão filiados ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Alegre e são agregados à Fetag. Todos esses ruralistas estão aflitos, pois esse problema põe em risco a sua atividade, devendo trocar de trabalho ou mudar-se para fora de Porto Alegre.

Analisando os fundamentos legais desse problema, constatamos:

1- A Constituição Federal do Brasil, vigente desde 1988, estabelece em seu artigo 30, item VIII, que compete ao Município promover, no que couber adequado, o ordenamento territorial, mediante planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. A mesma Constituição define, também, que a ordenação do uso de energia elétrica é de exclusiva competência federal;

2- No exercício de sua competência de ordenação territorial, o Município de Porto Alegre, por lei promulgada em 1999, aprovou o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU -, o qual classifica a área do Município, que anteriormente era distinguida como Zona Rural, e agora passa a ser a Macrozona 8 - Cidade Rururbana -, caracterizada pela produção de alimentos e criação de animais;

3- O Decreto Federal nº 3653, de 7 de novembro de 2000, que regula a distribuição de energia elétrica no Brasil e que modificou o Decreto Federal nº 62.724, de 17 de maio de 1968, estabelece que as unidades consumidoras de energia elétrica localizadas em perímetros urbanos, independentemente da atividade desenvolvida, passam a ser consideradas urbanas para fins de tarifação de energia;

4- A Aneel, em 29 de novembro de 2000, obedecendo a esse Decreto Federal, estabeleceu a Resolução nº 456, que, em seu artigo 20, inciso IV, diz que a condição primeira para a classificação de uma unidade consumidora como rural é que esteja localizada em área rural, e, nesse sentido, oficiou à CEEE, em 22 de março de 2001, dizendo que, se no Município de Porto Alegre não existe área rural, não existirão, conseqüentemente, unidades consumidoras rurais.

Vê-se, pois, que o critério consagrado pela legislação federal que rege o assunto é de natureza geográfica, prevendo que cada Município estabeleça a fronteira entre o urbano e o rural.

Entretanto, o PDDU, que regula o território em Porto Alegre e estabelece a tributação sobre o mesmo, cria uma visão dinâmica do crescimento geográfico da Cidade, propondo um avanço contínuo da área urbana sobre a área rural, num processo de planejamento continuado, estabelecendo para isso o conceito de Zonas Rururbanas para a periferia da Cidade, expressão essa inédita na língua portuguesa.

Do ponto de vista do planejamento, esse novo conceito permite que o controle legal da expansão urbana se faça de forma planejada, sem fronteira rígida entre os limites urbanos e o início do território agrícola.

Porém, no enquadramento dessa lei municipal à legislação federal, superior a ela, no que concerne ao setor energético, evidencia-se que Porto Alegre extinguiu totalmente do seu território a Zona Rural, provocando, por conseqüência, a extinção da tarifa rural de energia para os consumidores primários de Porto Alegre.

Está evidente que é um problema de semântica, porque Porto Alegre quis inovar nos sistemas de planejamento e de tributação brasileiros, usando terminologia ainda não consagrada no Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

Penso eu que a inovação lingüística é apropriada para o avanço da tecnologia do planejamento urbano, mas o texto da lei deve-se cingir às expressões estabelecidas pela Lei superior que regula a matéria.

A solução, pois, para a aplicação da tarifa rural aos consumidores localizados na Macrozona 8, Cidade Rururbana, é que a lei municipal que define o território de Porto Alegre, exercitando a competência do Município, regida pelo art. 30, item VIII, da Constituição Federal, estabeleça, defina com clareza os limites da Zona Rural dentro do seu território com a linguagem compatível com a legislação superior que rege essa competência.

Portanto, só uma emenda à lei municipal, que aprovou o PDDU, poderá enquadrar a Zona Rural de fato de Porto Alegre, segundo critérios estabelecidos pela legislação federal que rege o setor.

Concluindo, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras de Porto Alegre, o meu pronunciamento nesta Tribuna Popular, em nome dos agricultores deste Município, tem o fim de dizer que o problema que atinge a produção primária deste Município, por onerar em 52% o acréscimo da tarifa de energia elétrica que lhes é cobrada segundo a legislação vigente, aumenta o custo dos produtos alimentares de toda a população de Porto Alegre e põe em risco a atividade agrícola dentro do seu território". É o que eu tinha a dizer”. (Palmas).

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convido o Sr. Antônio Chaves Barcelos a fazer parte da Mesa dos trabalhos.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Sr. Antônio Chaves Barcelos, Conselheiro do Conselho dos Consumidores da Companhia Estadual de Energia Elétrica, em nome da Bancada do PDT eu quero cumprimentá-lo. Caro Conselheiro, esta Câmara Municipal votou a retirada da área rural em Porto Alegre, e eu alertei esta Casa, por mais de uma vez - está nos Anais desta Casa - que nós iríamos enfrentar problemas no futuro, e os problemas estão aí.

Ver. Isaac, eu gostaria de solicitar, também, a atenção de V. Exª, pois o assunto é tão importante - por gentileza - que gostaria que o Dr. Antônio ouvisse o que eu vou colocar neste momento, em nome do meu Partido. No dia 18 de março, quando a CEEE comunicou aos produtores rurais que iriam perder a Lei da Isenção, prontamente este Vereador reuniu o Sindicato dos Produtores e juntos fomos à reunião com o Sr. José Mário Miranda, Diretor-Geral da Aneel. A ele entregamos um documento assinado por quase todos os Vereadores desta Casa, alertando sobre o problema que esses produtores iriam ter com o aumento de quase 50% da CEEE. E também, naquele momento, ficou acertado o encaminhado de um documento à Maria Augusta Feldman, Conselheira e Presidente da Agergs, alertando sobre o problema que causaria ao produtor a perda do incentivo. Nesses documentos, naquele momento, ficou encaminhado que um representante da Prefeitura iria reunir-se com a CEEE, a Agergs e a Aneel para encaminharem a solução deste grave problema.

Outras reuniões saíram juntamente com a Prefeitura, e este Vereador sequer foi convidado. E poderei dar o nome das pessoas que foram a essas reuniões. O problema está aí, eu fiz a minha parte, a Casa fez a sua parte. Vou entregar a V. Sa. o documento que esta Casa encaminhou aos órgãos competentes. Só que a Prefeitura tinha de encaminhar as áreas rurais produtivas, mas não as encaminhou e o problema está aí. Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; meu caro Dr. Antônio Chaves Barcelos, em 1830, o Governador do Rio Grande do Sul dizia: "Chega de leis, as que existem são suficientes, basta que sejam cumpridas”. E dizia mais: “A lei deve ser fruto da razão, da experiência e da luz”.

Quando da elaboração do Plano Diretor, eu reclamei que nós não poderíamos extinguir a área rural, por uma razão muito simples. Se lei existe, e todos nós juramos cumprir a Lei Orgânica que no seu art. 211 diz que a determinação dos limites físicos, em todo território municipal, das áreas urbanas, da expansão urbana e rurais deve ser feita no Plano Diretor. Mas esta Casa resolveu entender que não era, por 17 votos contra 16. Vossa Senhoria está dizendo que a solução está na apresentação de um Projeto de Lei, retornando a área rural. Pois, tão pronto, quando transformaram em lei o Plano Diretor, por 17 votos contra 16, derrubaram a Zona Rural, eu fiz um Projeto de Lei, que está nesta Casa, e sempre vai até o fim do ano e, no fim do ano, há um problema e não é votado. Eu acho que, agora, a razão, a experiência e a luz estão a determinar, para que não se pague mais energia elétrica, desnecessariamente, até por isso, que se vote esse Projeto, de imediato, e se restabeleça na cidade a Zona Rural. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, antes de mais nada, quero saudar o Dr. Antônio Chaves Barcelos, Conselheiro que representa os Consumidores da Companhia Estadual de Energia Elétrica, pessoa altamente qualificada, que fez uma exposição extremamente didática sobre o assunto que está a merecer as nossas atenções. Eu poderia resumir em duas palavras o problema que está sendo vivido: além de ser um problema de mera semântica, é um problema da constante luta contra a burocracia. Não posso entender que se queira criar um problema desse tamanho, porque os Legisladores de Porto Alegre tenham entendido denominar a zona de produção primária como tal. E que queiram, agora, sob a busca, quem sabe, de maior resultado econômico-financeiro para as concessionárias de serviços de energia elétrica, impor uma regra absolutamente absurda.

Eu não tenho a mesma posição do Ver. Dib em relação ao problema por ele levantado há pouco, mas quero dizer ao Dr. Antônio Chaves Barcelos, como de resto aos 300 consumidores de energia elétrica que são efetivamente vinculados à produção agropecuária neste Município, que esta Casa certamente tem de se pôr em campo para ver prevalecidos os seus direitos, porque não vai ser um decreto colocado por uma agência reguladora, que vai derrogar todo um processo legislativo, e, quanto mais, afrontar regras do bom senso. Porque se zona de produção primária não é uma zona rural, pelo amor de Deus, que se rasguem todos os dicionários deste País. Ficar preso na chamada Zona Rural necessariamente não tem concorrência só à produção primária. O que nós estamos dizendo é que onde se produz, na agricultura, na pecuária de animais de grande ou de pequeno porte, nesse lugar que é a zona de produção primária. É uma definição muito melhor - V. Exª inclusive reconheceu – do que simplesmente dizer área rural. Área rural que, às vezes, é um morro. A maior parte da área rural do Município é área de proteção ambiental, não precisa ser definida como área rural, porque são áreas protegidas, inclusive, por legislação federal. Então, V. Sa. tenha certeza de que não faltará solidariedade desta Casa aos produtores primários do Rio Grande do Sul, àqueles que efetivamente produzem para não serem extorquidos por um decreto da burocracia federal, que mais uma vez promove uma derrama; já fizeram a derrama de tributos, agora fazem a derrama em cima dos serviços públicos concedidos.

Muito obrigado pela sua atenção.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn, Presidente da Comissão Especial do Plano Diretor, está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Dr. Chaves Barcelos, é uma satisfação falar aqui com a representação do Sindicato Rural e da Farsul. Nós temos a dizer, basicamente, que estão cometendo - tanto o Ver. Reginaldo Pujol, quanto o Ver. Ervino Besson, que trabalhou muito em cima deste assunto -, um grave equívoco de interpretação jurídica. Dizer que a área rural em Porto Alegre foi revogada, conseqüentemente não se fazer nenhuma aplicação dos benefícios em função da área rural de Porto Alegre, Ver. Guilherme Barbosa, é de uma estultice escatológica, não tem precedente esse nível de interpretação que está ocorrendo. Eu pergunto: há produtores rurais em Porto Alegre? Há, por parte da Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul expedição de guia de produtores rurais? Sim, há. Há atividade pecuária em Porto Alegre? Sim, há. Porto Alegre inverna um volume de reses que, às vezes, causa surpresa a pessoas que são leigas na atividade rural. Porto Alegre, em toda a margem do Rio Gravataí, produz - e não produzindo outras atividades menores, em nível de pequena propriedade, mas em extensão altamente qualificada -, invernação de gado. E vem ele dizer que a Câmara extinguiu a área rural, e, via de conseqüência, não pode aplicar os benefícios, ora, isso é de uma estultice que, francamente, qualquer juiz vai conceder. Sequer há a necessidade, Dr. Antônio, de se promover alteração da lei. Se precisar, vamos fazê-lo, mas não há necessidade, porque existe, Ver. Adeli Sell, atividade rural em Porto Alegre. Ninguém pode, por decreto, abolir uma atividade que é centenária nesta Capital do nosso Estado. É centenária, não podem aboli-la por decreto! Existe, no mínimo, a conceitualização de rururbano, que é o reconhecimento da existência de área rural. Eu não tenho aqui o número de produtores rurais com inscrição na cidade de Porto Alegre. Mas aqui, na Av. Getúlio Vargas, há, junto ao antigo parque, um setor da Secretaria da Agricultura que, diariamente, está autorizando o transporte de gado e outras atividades rurais de Porto Alegre.

Portanto, os benefícios da atividade rural em relação às taxas e às alíquotas praticadas em relação ao consumo de energia elétrica devem ser aplicados na cidade de Porto Alegre e não em um simples parecer dizendo que não há o benefício porque extinguiram a área rural. Isso não existe! Isso é uma ofensa à inteligência dos 33 Vereadores, um agravo a toda atividade pecuária, aos produtores rurais de Porto Alegre que, em várias regiões, lá na Vila Nova, na Zona Sul da Cidade, promovem atividades agropastoris. Portanto, acho que isso aí vai ter de ser, imediatamente, reavaliado. E é bom que o senhor tenha vindo aqui para alertar a respeito dos equívocos que estão sendo praticados e, evidentemente, cobrando valores ilegais dos produtores rurais de Porto Alegre em relação ao consumo de energia elétrica ilegais, os quais acabarão tendo de ser devolvidos. Quando? Daí nós sabemos que cai na vala comum da burocracia.

Portanto, o nosso apoio à sua manifestação aqui. Nós aqui estamos acompanhando este assunto, em nome do PDT, juntamente com o Ver. Ervino Besson, sensíveis a essa realidade e a essa injustiça que está sendo praticada; achamos que tem de se corrigir isso imediatamente. Acho, inclusive, que a Comissão de Constituição e Justiça e a própria Procuradoria da Casa têm de tomar uma medida em relação a esse abuso que está sendo praticado contra os produtores rurais da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Elói Guimarães; Sr. Antônio Chaves Barcelos, nossos cumprimentos em nome da nossa Bancada. Quero dizer que V. Sa. trouxe um assunto muito importante e leu este elegante texto, destaque-se, sobre o assunto. De certa maneira, o texto já colocou as razões que fizeram o Executivo Municipal, com a aprovação da maioria desta Câmara, ver permitida a intervenção do seu trabalho no planejamento em toda a área territorial de Porto Alegre, na medida em que havia, e há, sempre, uma demanda de serviços por esta comunidade – serviços de limpeza urbana, de iluminação pública, de pavimentação, de transporte coletivo. Ao mesmo tempo, a Prefeitura não tinha, realmente, um instrumento legal para intervir nessa área. Portanto, essa foi a idéia central da modificação do enquadramento legal, criando essa figura inédita no País, mas que tinha exatamente esse objetivo.

Havia a crítica de que a Prefeitura queria cobrar IPTU. Logo em seguida, mandou uma Lei, aprovada por esta Casa - que tem maioria oposicionista -, que diz que, à medida que cresce a produção nas áreas, cai o IPTU de tal forma que pode chegar, inclusive, a zero o pagamento desse imposto, se a produção nessas áreas for muito expressiva. Isso demonstra que, da parte da Prefeitura, não houve interesse na arrecadação, mas sim, na possibilidade de intervenção, de poder levar os serviços a esses locais.

Temos aqui a assessoria do Sr. Prefeito, que nos expressa que a interpretação do Executivo Municipal é exatamente a interpretação expressada pelo Ver. Reginaldo Pujol e pelo Ver. Isaac Ainhorn; essa determinação da Aneel está absolutamente equivocada. O que tem de definir uma tarifa diferenciada é exatamente a produção e não o local e o termo que define este.

Nós juntamos a nossa voz à modificação dessa determinação, porque avaliamos que está errada. Se nós seguíssemos essa lógica, vejam os senhores, uma das áreas que mais produzem no Município de Porto Alegre é a região da Vila Nova, que produz muito pêssego, muita uva, e essa região nunca foi rural, mesmo no Plano Diretor antigo. E estamos aplicando essa Lei que reduz o IPTU de acordo com a produção. Se nós seguíssemos essa lógica da Aneel, nós não estaríamos aplicando a Lei da Redução do IPTU lá na Vila Nova.

Portanto, nós também nos juntamos dizendo: está equivocada essa interpretação da Aneel e a aplicação também da CEEE. Mas nós queremos nos juntar, a nossa Bancada, e tenho certeza de que também o Executivo, para que seja modificado esse procedimento. Cumprimentos ao senhor. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Prezado Sr. Antônio Chaves Barcelos, do Conselho de Consumidores da CEEE - representando a Farsul -, é uma satisfação tê-lo aqui, trazendo uma preocupação justa dos produtores rurais. Nós vamos nos expressar em uma linha similar aos últimos Vereadores que falaram. Ainda que não me encontrasse nesta Casa por ocasião da votação do Plano Diretor, parece-me, em primeiro lugar, que tanto a Constituição Federal quanto a Estadual dão ao Município essa atribuição de definir a área rural, se existe e assim por diante; não extrapolou. Em segundo lugar, o objetivo, evidentemente, foi permitir que o Município tivesse um controle total de si próprio, ainda mais que é uma grande metrópole, mesmo na área que seria urbana e rural. Este é o significado de rururbana, ainda que possa ser um neologismo, um neologismo que tem um conteúdo claro, poderia ser simplesmente um hífen unindo “urbano-rural”, ou “rural- urbano”. Então, é uma inovação, mas uma inovação que representa um progresso na nossa Língua, inclusive. Mas o objetivo não foi onerar o produtor, foi muito mais com o objetivo de que a Cidade estivesse sob controle. Tanto que o IPTU – já foi dito – foi minimizado, e assim por diante.

O que me parece é que aqui está havendo uma confusão, talvez, entre os órgãos na distinção entre o caráter da área e a função que a ela está sendo aplicada, porque eu posso até ter uma função rural dentro de uma área urbana, nada impede. Nós temos dentro da área urbana, ali na Av. Cristiano Fischer, para dar um exemplo, verdadeiros vazios urbanos, eu até questiono que, na verdade, estão ali criando cavalos ou plantando batatas, apesar de toda a infra-estrutura urbana a seu serviço, tanto que o Plano Diretor, o Estatuto da Cidade e outras legislações definem quais são os equipamentos mínimos para ser considerada área urbana.

Então, parece-me que nós poderíamos solucionar o problema buscando essa negociação ou com o Governo Federal ou com a CEEE, porque aquilo que é atividade rural deve ter os benefícios da atividade rural. Eu acho que o problema não está na denominação, não está no aspecto formal, está no entendimento do conteúdo. E a Bancada do Partido Comunista do Brasil se coloca à disposição para contribuir nessa negociação. Eu acho que toda a Casa está convencida nisso.

Já houve uma iniciativa do Ver. Ervino Besson - nós todos assinamos um documento -, às vezes, a gente pensa que a coisa foi solucionada, mas ainda está causando problemas. Creio que aqui há uma unanimidade das Bancadas em contribuir para uma justa solução desse problema. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Sr. Antônio Chaves Barcelos, Conselheiro, que veio trazer esse assunto que já foi bastante discutido aqui na Casa. Eu acho isso importante, os Vereadores já fizeram as suas colocações, e eu fui daqueles que, na oportunidade, na Legislatura passada, votei pela questão da área rural.

No nosso entendimento, foi justo, porque na área rural as pessoas, com direito legítimo, querem a infra-estrutura de esgoto, saneamento básico e a própria eletricidade. Só que o tributo, até então, lá, era o ITR, Imposto Territorial Rural, que não reverte na mesma proporção para Porto Alegre. Ao mesmo tempo, esta Casa teve o cuidado de priorizar aquelas pessoas que realmente produziam e faziam da sua atividade-fim uma função social da terra. Algumas dessas pessoas até ficaram isentas do pagamento do IPTU. É o que está previsto na legislação.

Agora, se é para especulação imobiliária, ou para área de lazer, ela tem uma tributação diferente. O nosso entendimento é que a Aneel está com uma visão equivocada. A Aneel também deveria enquadrar-se nesses moldes da função social, ou seja, quem está produzindo tem de ter um benefício próprio para isso.

E nós assinamos o documento do Ver. Ervino Besson – e todos os demais Vereadores –, porque nós entendemos que é legítimo e justo. Mas, ao mesmo tempo, queríamos fazer esse registro do porquê foi votada, entre aspas, a extinção da área rural para rururbana, porque entendemos mais do que legítimo que aqueles que não fazem da terra a sua função social para produzir têm de pagar o imposto idêntico aos demais do Município de Porto Alegre.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Antônio Chaves Barcelos está com a palavra para suas considerações finais.

 

O SR. ANTÔNIO CHAVES BARCELOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar quero agradecer a grande receptividade que tive aqui, nessa rápida exposição que fiz e que mereceu considerações importantes de sete Vereadores de diferentes Bancadas. Então, saio daqui com a convicção de que a solução será rapidamente encontrada, dado o interesse e a atenção que mereceu dos Srs. Vereadores. Entretanto, não posso responder caso a caso, porque não quero abusar da paciência dos senhores e tomar mais tempo nesta tribuna, mas, genericamente, queria apenas salientar aqueles aspectos que procurei frisar no meu depoimento. Na qualidade de urbanista que sou - não sou jurista -, entendo que o PDDUA não está propondo absurdos, entretanto a Constituição Federal do Brasil determina que há uma limitação entre área urbana e área rural e tem uma legislação específica para a tributação diferente da área rural e da urbana. Porque a arrecadação da área urbana é exclusiva da Prefeitura, enquanto na área rural a exclusividade fica com o Tesouro Federal. Então, por isso há ainda, no setor tributário, a permissão para que as atividades rurais, embora inseridas em áreas urbanas, possam ter o seu cadastramento na Receita Federal e façam o pagamento do ITR. Entretanto, esse critério de atividade funcional não é válido para a lei que regula as atividades de energia elétrica, que não cabe ao Município regulamentar, mas apenas sofrer as conseqüências da distribuição de energia e tarifação pela concessionária, de acordo com regras federais que são estabelecidas. E essas regras são de uma rigidez que podemos discordar, podemos contestar, e faremos isso junto à Aneel e junto ao Executivo Federal.

Entretanto, devemos reconhecer que a CEEE e a Aneel estão cumprindo a Legislação Federal no que diz respeito à tarifação federal sobre energia elétrica, que distingue território urbano e território rural. Então, por isso, eu quero explicitar, bem claramente, aqui: a solução, dentro da competência do Município, é definir o limite entre o urbano e rural, e não permitir esse conceito inédito de área rururbana, que não define qual é o limite de um e de outro. Entretanto, se nós conseguirmos modificar, por lei federal, esse conceito de territorialidade e restringirmos a função, isso poderá ser obtido. Posso dizer que nós estamos preparando, junto à Agergs, termos para solicitar essa alteração de legislação federal, porque, sobre esse aspecto, isso não se restringe só ao Município de Porto Alegre, pois só o Município de Porto Alegre usou esse conceito novo de rururbano, mas os demais Municípios têm muitas unidades consumidoras rurais situadas dentro do território urbano, e estão contestando da mesma forma e estão sofrendo o mesmo problema. E isso deve-se estender a todo o Território brasileiro, a todos os Municípios brasileiros, entretanto, em número muito menor em extensão do que é o caso de Porto Alegre, porque Porto Alegre definiu essa unidade rururbana compreendendo toda a extensão daquilo que não é exclusivamente urbano.

Então, agradeço a atenção recebida. Nós nos dispomos a dialogar com os Srs. Vereadores para encontrar uma saída, o mais rápido possível, para atenuar esse problema grave, do qual está sendo vítima a totalidade dos ruralistas de Porto Alegre.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Com a palavra o Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que os pronunciamentos do Sr. Barcelos e dos Srs. Vereadores sejam enviados ao Ministério de Minas e Energia, à Aneel, à Procuradoria-Geral do Município, à Companhia Estadual de Energia Elétrica e à Agergs - Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul -, para esses entes públicos, para que possamos chegar a um denominador comum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferido.

Ver. Ervino Besson, V. Exª está com a palavra.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, eu faço chegar às mãos do Dr. Antônio Chaves Barcelos este documento, com a assinatura da maioria dos Vereadores, sobre o qual a Câmara já se pronunciou – documento este que também já foi encaminhado a outros órgãos -, e gostaria de registrar a preocupação desta Casa a respeito do problema na nossa produção primária em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar também a presença do Conselheiro Carlos Martins, do Conselho de Consumidores da Companhia Estadual de Energia Elétrica, bem como a de outros conselheiros e conselheiras aqui presentes.

Ao encerrar esta parte da Sessão, eu queria cumprimentar o Dr. Antônio Chaves Barcelos pelos esclarecimentos, por toda a exposição que fez, e dizer que este é um tema candente, que mereceu, Dr. Antônio Chaves Barcelos, da Casa, um debate intenso e demorado. Receba V. Sa. a saudação da Casa.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h05min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 15h06min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Nós entendemos que esta é uma Casa de debates e, em determinadas oportunidades, entendemos de boa prática política que se instigue o debate para que os esclarecimentos se façam, no sentido de se buscar a solução para os graves problemas que afetam a cidade de Porto Alegre, de resto o Estado e o País.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Estado e só o Estado tem a atribuição de punir e de recuperar aqueles que detêm, fruto da punição. Vou passar a ler o editorial do jornal Correio do Povo de ontem, dia 18 de agosto; aliás, V. Exª disse: “Muito bom”, Ver. Carrion, e digo “muito oportuno”, não é só muito bom. Colocou o editorial da seguinte maneira: “Balão-de-Ensaio?” Referia-se a essa tal de terceirização que o Estado do Rio Grande do Sul pretende fazer nos presídios. Vejam que palpite infeliz. (Lê.) “Balão-de-Ensaio?” “Assustada com a crescente violência” – eu estou lendo o editorial – “e permanentemente na expectativa de alguma iniciativa consistente por parte das autoridades, a sociedade gaúcha é surpreendida com esse esdrúxulo projeto que visa terceirizar, ou seja, privatizar os presídios. Quando se espera que os responsáveis pela Secretaria da Justiça e da Segurança ao menos tentem apresentar uma alternativa que possa gerar alguma esperança, proposta gestada por quem deveria estar pensando em meios de fornecer alguma segurança à população. Antes de se perguntar sobre o mérito do plano, como se algum pudesse haver” – como se algum pudesse haver –, “é lícito que se indague o que pode levar servidores pagos pelo contribuinte a despenderem tempo e esforço na elaboração de uma proposta que faz o Poder Público desistir de sua função constitucional” - repito: desistir de sua função constitucional – “em troca de maiores custos, da entrega, como mercadoria, de mão-de-obra literalmente cativa e da concessão do patrimônio público a beneficiários do setor privado, que ainda receberão por isso. Quem sabe o objetivo não-revelado seja alguma tentativa de confissão de incapacidade de gerenciar a segurança pública? Será esse só um primeiro passo no sentido da abdicação" – repito: abdicação, entregar porque não sabe fazer -, "por parte do Estado, de suas mais elementares" - eu diria, comezinhas – "prerrogativas? Ou, ainda, não teria havido alguma inspiração proveniente de setores estranhos ao interesse público?

Há, porém, a esperança de que o projeto revelado não passe de um balão-de-ensaio, conhecido como modelo de sondagem da opinião pública, por vezes usado por autoridades que pouco se importam com o desperdício de tempo dos envolvidos e dos interessados. Se não for apenas esse o objetivo e o repúdio da sociedade for suficiente para que prospere em sua tramitação, a ponto de ser constituído em anteprojeto de lei, será necessário apelar ao Governador Germano Rigotto que não manche a sua honrada biografia política com sua assinatura, para apresentação do Legislativo, de tão nefasto plano. O melhor, contudo, é que o Governador determine, desde já, a seus subordinados que passem a trabalhar em prol da segurança pública e parem de desperdiçar tempo com a elaboração de propostas que certamente não servem aos interesses da sociedade gaúcha”.

Eis aqui o editorial (Mostra o editorial.) que nem a oposição veio ler na tribuna; devia ter lido! É a falência da segurança pública; é a rendição das autoridades. Vejam só: que triste! É um Governo aliado do meu Partido que está fazendo isso. Que não entende de Segurança Pública! E tem vergonha e medo de vir à tribuna e dizer a que veio, se é que tem resposta para isso!

Deixo de ler aqui a cautela sobre presídio privado, publicada pelo ilustre desembargador Osvaldo Stefanello, que cheio de dedos, não sabe o que fazer, qual é o rumo que vai tomar o Judiciário diante de tamanha estapafúrdia proposta.

Ah, eu já vi coisa nesta tribuna! Eu já vi coisa, mas como essa, estou para ver. E nem o PT aproveitou isso! Nem o PT! O PT está voltado para as eleições.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Vossa Excelência é que disse, não fui eu, Vereador. Quem sabe estou fazendo uma previsão!

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, prezado Ver. Pedro Américo Leal, queria dizer que compartilho da sua opinião e que, no dia de ontem - possivelmente V. Exª não estivesse no início da Sessão -, usei da palavra em tempo de Liderança, denunciando a privatização dos presídios, o reconhecimento da falência a que V. Exª se referiu, e citei tanto este Editorial como, inclusive, o Editorial do Dr. Cláudio Brito, no jornal Zero Hora, de ontem, que vai no mesmo sentido da manifestação do Dr. Stefanello, no Editorial do Correio do Povo. Eu disse que eu iria tratar, no dia de hoje, de dar continuidade ao tema, o que passo a fazer.

A primeira questão que eu gostaria de trazer é que, infelizmente, Ver. Pedro Américo Leal, não se trata de balão-de-ensaio. As informações precisas nos dizem que o Estado deve enviar, até o final de 2004, o Projeto, que já foi examinado pela Secretaria de Segurança, e está sendo levado para a Casa Civil, que, na verdade, é a privatização do trabalho do preso, uma verdadeira escravização com fins econômicos do preso. Nós entendemos que o trabalho no sistema prisional é uma necessidade como recuperação do preso e possibilidade de reinserção social. Só que esse Projeto, Ver. Leal, vê o uso econômico dos prisioneiros, o que é muito pior.

Como V. Exª já leu o artigo publicado no Correio do Povo, eu vou me permitir a ler algumas passagens do artigo publicado no jornal Zero Hora, do Dr. Cláudio Brito, que diz: “... a desumanidade de se pretender ganhar dinheiro com a dor serviria para desencorajar a proposta de privatização das cadeias. Imaginem a torcida pelo aumento da criminalidade. Quanto mais assaltos, roubos e mortes, tanto melhor para quem estiver no ramo dos presídios. Os dicionários passariam - Ver. Leal - a definir as penitenciárias como casas de comércio. Dependendo do porte e das instalações, uma indústria. Comércio de gente, fábrica de destinos...” E segue o articulista: “Não vejo como passarão de inferno a paraíso só porque a Brigada Militar e os agentes penitenciários serão substituídos por gerentes, administradores e, quem sabe, especialistas em marketing”. E diz mais: “Alguém está pensando que casas privatizadas se sustentam? Os exemplos conhecidos - que não deram tão certo quanto apregoam - têm custado tanto quanto sempre custaram para os bolsos do povo”. E digo mais sobre os dados que eu tenho aqui: em Minas Gerais, cada preso está custando nesse sistema privatista, neoliberal, R$ 1.500,00; em Curitiba, R$ 1.200,00; aqui no Estado, menos de R$ 500,00, claro que em péssimas condições. Então, não só privatizariam e transformariam em indústrias ou comércios, como, inclusive, o custo continuaria com o povo, porque a segurança dos presídios não seria transferida para os privatistas. Diz mais o articulista: “E o que vem depois? Delegacias particulares, policiais por tarefa, promotores e juízes avulsos e privados, ou delegados e peritos reunidos em grandes empresas de investigação e persecução penal? Inaceitável o comércio com o sofrimento humano, absurdo delegar-se o poder de polícia. Sem esquecer da hipótese de associação entre os donos dos presídios e os seus hóspedes.”

Portanto, queria referendar - ontem já havia trazido aqui -, abalizado pelo seu Parecer, e dar mais uma informação para mostrar em que mãos estamos - o Projeto está pronto para ser enviado. Vejam bem, a remuneração das empresas poderá ser feita em moeda corrente, em títulos e incentivos ou isenções fiscais do ICMS ou IPVA; outra opção, a transferência de ações de companhias estatais ou controladas pelo Poder Público.

Parece que vivemos e observamos, Ver. Renato Guimarães, uma recaída privatista, uma recaída neoliberal, de um Governo que disse que poderíamos tirar as grades de nossas casas, e hoje quer entregar até as prisões para a iniciativa privada. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu vou, Ver. Pedro Américo Leal, insistir, novamente, no assunto, porque acho que esta Casa tem explicações a dar em relação às reiteradas denúncias e reclamações que chegam a esta Casa de cidadãos desta Cidade, que procuram a Secretaria de Saúde do Estado para pegar seu medicamento especial e recebem uma resposta negativa.

Mas, o que me admirou mais ainda, o que me chamou a atenção, é que hoje um jornal da Capital anuncia, em letras garrafais, a seguinte manchete: “Sem dinheiro, o Estado sorteia quem vai ganhar a medicação”.

Sem dinheiro, para quem, Ver. Pedro Américo Leal? O Estado está sem dinheiro, mas é para quem mesmo? É para o pobre coitado, que vai lá pegar um medicamento especial, por que não tem condições de comprar? Está faltando dinheiro no Governo do Estado, para quem mesmo?

Lembro-me das manchetes nos jornais, há três anos, que não vinham com a desculpa, essa manchete, por exemplo, pressupõe uma desculpa: que o Estado está sem dinheiro e, por isso, tem de sortear quem ganha medicamento. Uma sutileza. Quem lia há três anos uma manchete de um jornal do Rio Grande do Sul sobre o Governo do Olívio, aí a história não era apresentada dessa maneira. Portanto, eu acho que esta Casa, a Comissão de Saúde tem de se manifestar em relação a essa questão da falta de medicamento, porque se está faltando dinheiro, Ver. João Dib, para comprar remédio, está sobrando dinheiro para outras coisas no Governo do Estado, porque não estão fazendo as obras que a dita consulta popular está indicando; estão aí as comunidades a reclamar na área da Educação, na área da pavimentação; estão reclamando que as obras não estão saindo.

Portanto, o Orçamento do Estado está indo para alguma coisa; não é para a Saúde, não é para Habitação, não é para pavimentação. Para aonde que está indo o Orçamento do Estado? Porque dizer que o Estado está quebrado, não é bem assim. Este Estado se destaca na sua questão econômica.

Portanto, eu quero, novamente, deixar o registro aqui: gostaria que a Bancada que apóia o Governo Estadual viesse a esta tribuna e explicasse como é que não está conseguindo pressionar a Secretaria Estadual de Saúde para que essa história dos medicamentos se resolva. Esta milonga começou em outubro do ano passado, e até agora ninguém explicou aqui. Esse debate não foi, Ver. Carrion, para a Comissão. Eu não sei o que o Ver. Melo, Presidente da Comissão de Saúde, faz, porque dos assuntos relacionados à Saúde do Município ele trata semanalmente; agora dum assunto desses, que tem relação com o Governo do Estado, ele não pauta lá na Comissão de Saúde. Então, novamente estou fazendo isto aqui no plenário, chamando a atenção para esse debate.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Parabenizando o seu pronunciamento, eu queria agregar que o jornal Zero Hora, no dia de hoje, dia 19, pág. 28 traz: “Empresas gaúchas têm alívio na carga tributária; Governo prepara um pacote de isenções”. Mas não tem dinheiro para o remédio.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Por um lado dá isenção para grandes empresas; por outro lado diz que não tem remédio, Ver. Cassiá, não tem remédio para os pobres coitados que estão lá na fila para o medicamento especial. Nós temos de explicar isso aí. Está faltando dinheiro, porque a isenção está correndo frouxa. As grandes empresas deste Estado não estão precisando pagar impostos, enquanto isso o povo não tem medicamento. Tem de se explicar nesta tribuna quem defende o Governo do Estado.

Queria finalizar, deixando aqui um registro: na noite de domingo, numa atividade popular lá Região Norte da Cidade, no Festival de Música, houve um confronto com a Brigada Militar e populares que estavam naquela atividade; e a Brigada Militar, sem nenhuma justificativa, “baixou o porrete” num monte de gente da comunidade lá. E a explicação que deram para mim e para outros Vereadores que estavam presentes foi a de que não puderam conter a comunidade. Buenas, eu estou, Ver. Pedro Américo Leal, assistindo a um total desgoverno na área da Segurança Pública. Está aí a proposta de entregar os presídios, está aí a proposta de entregar - se duvidar - a própria Brigada Militar para o setor privado. Isso mostra um total desgoverno da área de Segurança Pública do Estado. Eu peço a V. Exª e aos seus pares, que sustentam o Governo do Estado, que sejam incisivos em cobrar do Governador que ele mude a Direção dessa Secretaria, porque a incompetência nesse setor está agravando a situação de insegurança no nosso Estado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, e, também na TVCâmara, eu queria saudar a todos. Eu só queria dizer para o Ver. Renato Guimarães que é fácil criticar, Ver. Renato, só que V. Exª também esqueceu, no seu pronunciamento, de falar aqui nesta tribuna sobre a situação em que o seu Governo deixou o nosso Estado. Então, vamos ter de usar a sinceridade aqui nesta tribuna, e não só criticar, criticar e esquecer o passado.

Eu quero agradecer ao Ver. Sebastião Melo por ter me concedido o seu tempo no período de Comunicações para que eu me pronunciasse, hoje, aqui nesta tribuna.

O Sr. Antônio Chaves Barcelos usou a Tribuna Popular a respeito do grave problema que a nossa área rural está enfrentando em Porto Alegre. E eu trabalhei muito nessa área, e quero continuar trabalhando enquanto Deus me der força. Continuaremos lutando ao lado desses produtores da área rural em Porto Alegre. E, como já disse anteriormente, eu alertei mais de uma vez esta Casa sobre a retirada da área rural, Ver. João Antonio Dib. V. Exª tem um Projeto, e eu também devo apresentar um Substitutivo ao seu Projeto, para que nós recuperemos a área rural em Porto Alegre, uma área extremamente produtiva.

No dia 18 de março, quando a Drª Eunice Patines, que é Chefe da Sessão de Apoio Comercial da CEEE comunicou aos produtores, através de uma correspondência, que eles estariam perdendo o incentivo da CEEE, porque não existia mais área rural em Porto Alegre, este Vereador prontamente fez um contato com o Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, Sr. Paulo Bettio; Erci Moser, que também é um pecuarista; Antônio Bertaco, representante, também, dos produtores; Norma Brognoli, dos trabalhadores rurais; fomos à CEEE e fizemos uma reunião juntamente com a Eunice Patines, em que ficou acertado que nós encaminharíamos um documento. Este documento foi feito e, no dia 31 de março, fomos até ao Diretor-Geral da Aneel, Dr. Antônio Mário Miranda, e entregamos esse documento, alertando sobre a grave situação, com a assinatura, meu caro Ver. Haroldo de Souza, de quase todos os Vereadores desta Casa.

O segundo passo: estivemos na Agergs, falamos com a Drª Maria Augusta Feldmann, Conselheira e Presidente da Agergs; também entregamos um documento alertando sobre a grave situação dos nossos produtores de áreas extremamente produtivas da Zona Sul de Porto Alegre, que estavam perdendo o incentivo da CEEE. Praticamente dobrou o valor da energia elétrica. E nós trabalhamos e lutamos muito para a isenção dos produtores; inclusive, há uma Emenda deste Vereador isentando também a residência do produtor que fosse comprovadamente produtor rural. Só que, entregamos com uma mão, e a CEEE está tirando com as duas mãos o incentivo pelo qual tanto trabalhamos, aqui. Mas o que faltou, meus caros Vereadores?

O Ver. Adeli Sell também conhece aquela área, e nós a estivemos visitando várias vezes. Ficou encaminhado que o setor responsável da Prefeitura iria encaminhar para a CEEE as áreas demarcadas como áreas produtivas. E, com esse documento da Prefeitura, a Prefeitura isentaria esses produtores. Mas nada foi feito. Houve uma reunião, eu sei que houve; se precisar trazer os nomes dos que participaram da reunião, eu trarei, só que nenhum Vereador desta Casa foi convidado. Não sei como foi encaminhado. Só que nós ouvimos, hoje, na Tribuna Popular, meu caro Presidente, que os produtores estão nessa situação extremamente difícil, e a Prefeitura não enviou para a CEEE, não enviou para a Aneel, não enviou para a Agergs, como nós tínhamos encaminhado nessas duas reuniões com essas entidades, a área demarcada que era área produtiva em Porto Alegre. Portanto, estamos com esse problema.

Nós queremos nos juntar nessa luta, com os conselheiros da CEEE, para que possamos resolver o problema dos produtores, para que tenham incentivo para continuar produzindo. É uma área produtora de várias qualidades de hortifrutigranjeiros, mas principalmente do nosso gostosíssimo pêssego de mesa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu desejo transcrever nos Anais desta Casa um artigo escrito pelo advogado Deoclécio Galimberti sob o título “Direito Adquirido”. O professor Galimberti é doutor em Direito; é uma pessoa que já trabalhou nesta Casa e que agora está em Tubarão. Esse artigo já não terá mais efeito sobre a decisão dos Senhores Ministros do Supremo Tribunal que envergonharam a Justiça. A Justiça é cega, mas eles olharam para o Governo. Diz o articulista (Lê.): “A pobreza de textos legais no Brasil, nos últimos tempos, causa tristeza aos que labutam no Direito. Não raro, são mal escritos, confusos e comportam variadas interpretações. Bem diferente do que ocorria no passado. O Código Civil de 1916, já substituído, era uma jóia da literatura jurídica brasileira, graças a Ruy Barbosa, Clóvis Bevilacqua e Carneiro. No Governo Getúlio Vargas, de 1930 em diante, Francisco Campos encarregou-se de redigir os atos governamentais, inclusive a Carta de 1937, chamada de 'Polaca', porque inspirada na Constituição Polonesa. Era um purista da língua, empregava tamanho rigor científico e precisão jurídica que era conhecido como o 'Chico Ciência'.

Credita-se a Francisco Campos a autoria da Lei de Introdução ao Código Civil, Decreto nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, uma espécie de manual de aplicação das leis no tempo e no espaço e importante repositório de definições de direitos do cidadão, apesar do regime do Estado-Novo então vigente.

O novo Código Civil não revogou a LICC, como é chamada nas lides forenses, conservou-a intacta face à mantença da sua atualidade e praticidade. Em seu art. 6º e parágrafos está a solução de várias ações que estão prestes a ser julgadas no Supremo Tribunal Federal, qual seja a cobrança da quota de previdência dos aposentados. Diz claramente o artigo 6º da LICC: ‘A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada’. E define tais direitos: ‘Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou’ e ‘Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem’.

São direitos fundamentais relativos à natureza humana, por isso imutáveis, não podem ser alterados, daí os dispositivos que deles tratam serem chamados de ‘cláusulas pétreas’. Quando Getúlio os incluiu na LICC, em 1942, em plena II Guerra Mundial, vigia a Carta de 1937, que era omissa sobre esses direitos. Todas as demais sete Constituições os consignavam, desde a Monárquica, de 1824, até as Republicanas de 1891, de 1934, de 1946, de 1967, e com Emenda Constitucional, de 1969. A atual Carta Cidadã determina enfaticamente: 'a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada'. Está na Constituição e o Supremo negou a Constituição.

O Supremo Tribunal Federal, por estes dias, concluirá o julgamento das argüições de inconstitucionalidade - duas ADINS: nº 3.105 e 3.128 -, que versam sobre o desconto da quota previdenciária dos aposentados, eis que a lei que o instituiu fere de morte os princípios do ato jurídico perfeito e do direito adquirido. Portanto, se o Supremo Tribunal Federal não acolher as ADINs, estar-se-á dando mais um passo para excluir o Brasil do rol dos Estados Democráticos de Direito. Ora, é sabido que na aposentadoria há dois momentos. O primeiro é a concessão, que é regida pela lei vigente na data em que foi protocolado o pedido. E o segundo, são os proventos então deferidos, que passam a integrar o patrimônio do aposentado. Um e outro caracterizam, respectivamente, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido.

Toda a Nação espera que os Ministros do Excelso Pretório ajam inspirados na lei e na Justiça, não se acovardando diante das pressões do Executivo, como ocorreu no Congresso Nacional”.

Pois os nossos Juízes do Supremo Tribunal Federal, mais do que se acovardaram, esqueceram do seu juramento de defesa da Constituição Federal. Saúde e PAZ! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Sr. Presidente, pediria a V. Exª - conforme já foi feito o Requerimento do Ver. Adeli Sell - que fossem juntados o pronunciamento do Sr. Antônio, na Tribuna Popular, o pronunciamento das Bancadas, inclusive o pronunciamento deste Vereador e do Ver. Isaac Ainhorn, assim como os outros documentos que tivemos, desde o mês de março, para que pudéssemos encaminhar aos canais competentes, que teriam uma vasta documentação sobre o que foi feito da Aneel, da CEEE e da Agergs.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): V. Exª propõe um verdadeiro dossiê encaminhado ao Sr. Antônio Chaves Barcelos, que fez hoje Tribuna Popular. Nós deferimos o pedido.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Beto Moesch.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, coisa bonita o que está acontecendo hoje aqui: o Ver. Sebastião Melo cedeu o tempo para o Ver. Ervino, agora o Ver. Beto Moesch cede o tempo para mim, em Comunicações.

Eu acho que isso são sintomas daquilo que eu realmente vou sentir, ainda, na política nacional.

Agora, Bosco, que está me ouvindo, é engraçado como nós, políticos, achamos as coisas fáceis.

 

(Intervenção fora do microfone.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Então, pois não: S. Exª, Vereador João Bosco Vaz, eu pensei que nós poderíamos, aqui, nos tratar, como nos tratamos lá fora.

Mas eu dizia o seguinte: nós políticos achamos as coisas fáceis. Entendemos que o taxista de Porto Alegre tem de aprender a falar inglês. Mas quem tem que pagar o curso de inglês para o taxista é a Prefeitura, e não o taxista. Isso é óbvio! Mas que coisa: quanto mais a pessoa não tem, quanto mais se tem dificuldades, mais querem tirar! O taxista tem dificuldade de sobrevivência, sim. Querem que o taxista fale inglês, para uma possível Porto Alegre turística? Então paguem o curso para ele, meu Deus do céu! Que coisa mais simples!

Eu queria saudar a Escola de Tempo Integral implantada pelo Governador Rigotto e pelo Secretário de Educação José Fortunati; uma vitória em vida, uma das maiores vitórias em vida do grande Leonel de Moura Brizola: Escola Integral. Collares também é outra figura que defende, de braços abertos, o que está fazendo Rigotto. Crianças retidas na escola, desviando-as de outros caminhos que a juventude oferece no alvorecer de nossas vidas. Segurar a criança na sala de aula ou em qualquer recinto da escola, o maior tempo possível, é a garantia, sim, de menos delinqüentes ali na frente, que são fruto do desequilíbrio econômico que continuamos tendo no País, o que causa o desvio de jovens da linha da escola, do aprendizado, das boas companhias e do esclarecimento para uma vida tranqüila, sadia, normal. Então, que façamos o que está ao nosso alcance: a Escola de Tempo Integral estabelecida pelo nosso Governador Rigotto é uma bela e positiva atitude.

Gente, uma parte muito grande da cúpula que hoje está no Governo da República do Brasil, fez carreira política na luta contra a ditadura. Mas essa imagem construída através dos tempos, imagem de democracia plena, vem sofrendo fortes abalos.

Esse sintoma começou a ser sentido quando do apoio às restrições do poder de investigação do Ministério Público. E, nos últimos dias, um certo número de projetos e declarações ajudaram a reforçar essa impressão de que o Governo do Partido dos Trabalhadores está fazendo opção pelo controle da informação. Controle descarado da imprensa, com o Presidente chegando a rotular os jornalistas de covardes. Eu sou um jornalista e não sou um covarde, Sr. Lula.

Ao abraçar a formação de um conselho federal de jornalismo, com o objetivo de orientar, disciplinar e fiscalizar a atividade jornalística, tentando proibir servidores federais de fornecer informações sobre qualquer investigação, o Governo flerta com o sistema de autoritarismo nos moldes do que se pratica em Cuba - Lula é amigo de Fidel Castro também nas idéias? -, fazendo-se algo parecido com o que se faz na China, e com o que se fazia na extinta União Soviética. O projeto da formação de um conselho ético e de conduta dos jornalistas foi encaminhado pela Federação Nacional dos Jornalistas, entidade filiada à CUT, que, por sua vez, é vinculada ao Partido dos Trabalhadores. A ANER - Associação Nacional de Editores de Revistas - não tem restrições à criação de um organismo que regulamente o exercício de jornalismo, mas se opõe, com veemência, a que se delegue a esse conselho poderes autoritários de controle da imprensa.

O apoio à Lei da Mordaça surgiu quando o Ministério Público retomou as investigações da morte do ex-Prefeito Celso Daniel, do PT, e cria corpo, agora, quando o chamado denuncismo acabou pegando “com as calças na mão” o Presidente do Banco Central, que, para ser salvo pelo Governo, teve a criação do cargo de Ministro na elaboração de uma simples tomada de decisão do Presidente da República.

Mentiu na campanha, quando disse que faria uma coisa e agora faz outra, e ainda envereda por um campo muito perigoso, porque o povo brasileiro não nasceu para viver em sistema de ditadura; basta aquela que passou! Não se irá permitir que um Partido que chega ao Governo sonhe em perpetuar-se no cargo com medidas que agridem a Constituição do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Pestana.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não me poderia furtar de debater o tema que mais se discutiu na tarde de hoje, aqui, que é a questão da Segurança Pública. Normalmente se fala que a Segurança Pública é um assunto fundamentalmente do Governo do Estado; o que não deixa de ser verdadeiro, até porque a Polícia Militar, a nossa Brigada, a Polícia Civil, os presídios, estão sob a responsabilidade do Estado do Rio Grande do Sul, no entanto, a questão não se resolve numa instância governamental. Não deixarei de cobrar aqui as responsabilidades do Governo do Estado, que tem profundas dificuldades na área da Segurança Pública, mas nós temos de olhar, primeiro, para a nossa casa, para o Município, e verificar o que estamos fazendo. Eu creio que nós agimos corretamente ao contratar mais guardas municipais, ao treiná-los na Academia da Polícia; não precisa criar outra academia, existe a Academia que serve para todas as guardas municipais: para a Civil e para a Brigada. Existe uma Academia. Nós fizemos as atividades da Guarda Municipal na Academia de Polícia, que é o órgão qualificado para isso. Nós temos de criar, sim, as condições objetivas de ajudar a Guarda Municipal, inclusive aquela que age com a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Vejam as dificuldades que nós tivemos, pois nós nem conseguimos, ainda, colocá-los numa situação de tranqüilidade, dando capacete, escudo e colete. Quando falo colete, é colete à prova de bala, evidentemente.

Hoje, discute-se o armamento das guardas. Eu sou totalmente favorável à posição que foi aprovada no Congresso Nacional, porque não se faz segurança sem o policial, o guarda armado. Isso não existe, o resto é fantasia.

Então, nós temos de tratar dessas questões, e precisamos fazer um trabalho coordenado entre as questões do Município, combatendo todos os tipos de ilícitos, não compactuando com ilegalidades, fazendo com que a Guarda tenha condições de trabalhar efetivamente, e fazendo uma parceria efetiva com a Brigada Militar. Eu digo que isso é possível fazer, porque fiz assim na Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Trabalhei exaustivamente com a Brigada, com a Polícia Civil, em muitos casos com o Denarc, com a DECA – Delegacia da Criança e do Adolescente -, fechamos dois chamados hotéis que, na verdade, com perdão, aqueles não eram hotéis, poderiam ser tudo, menos isso, inclusive por abuso a crianças e por tráfico. Se nós não tivéssemos feito uma ação conjunta: Denarc e SMIC, jamais teria dado o resultado que deu.

Foi assim na Cidade Baixa - infelizmente, lá, estou sendo processado por um dono de uma chamada lancheria, porque foi realizada uma prisão em frente da dita lancheria, e o sujeito, como eu divulguei o assunto, se sente ofendido e está me processando por difamação. Ora, senhoras e senhores, nós temos de continuar essa batalha. O nosso Centro pede ordem, a Cidade Baixa perde ordem, o Moinhos de Vento pede ordem, ou seja, temos de ter um ordenamento na Cidade; temos de ter um processo de recivilização que passa por uma metodologia de trabalho. Temos de educar, temos de conversar, temos de ouvir, dialogar com as comunidades, fazer audiências públicas, e nisso o Ministério Público tem sido muito importante, por ter colocado essa responsabilidade para outros órgãos públicos inclusive, para que as coisas possam evoluir na Cidade.

Portanto, para falar de Segurança Pública, como eu tenho ouvido por aí, “devagar com o andor”, o negócio é muito mais complicado; o submundo do crime é pouco conhecido. Ninguém tem coragem de fazer esse tipo de enfrentamento, ainda mais no período em que nós estamos hoje, porque para isso tem de haver vontade política, coragem, determinação.

 E hoje nós estamos vendo uma conciliação. Por isso, eu quero fazer um registro à Polícia Federal, em nome do seu Superintendente, o Diretor-Geral da Polícia Federal do Brasil, o Delegado Paulo Lacerda, operação feita no Brasil de ponta a ponta, como tinha sido feita anteriormente em relação ao caso Law Kin Chong, agora feita com os doleiros, ou seja, é preciso “separar o joio do trigo”, ver as coisas boas que acontecem neste País, defendê-las e fazer uma verdadeira operação mãos-limpas. Tolerância zero com as ilegalidades. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Vereadores, eu estava ouvindo atentamente aqui a seqüência de discursos e vou continuar nessa linha, começando pela Segurança. O Ver. Adeli falou da Polícia Federal. Polícia Federal, portanto, é do Governo Federal. A nossa segurança é feita pelo Estado, que até então estava sendo administrada pelo PT – foi um caos. Agora, vem aqui o Ver. Pedro Américo Leal sustentar que com relação à Segurança Pública do Governo, que é feita através do Secretário do PP, do seu Partido, e diz que não concorda com a filosofia e com o tipo de tratamento que está sendo dado, ou com a organização da Segurança Pública no Estado, feita pelo seu próprio Partido.

Por outro lado, nós vimos, no Estado, a Guarda Municipal desaparelhada e que freqüentemente vem a esta Casa pedir regulamento, condições de trabalho.

Vamos para a Saúde, que foi citada aqui, e foi feita uma crítica muito forte ao Governo do Estado que tem, através da Secretaria da Saúde do Estado, a responsabilidade por isso, mas que está falhando, sem dúvida. Mas também a Saúde do Município, através do SUS, está falhando também, ou até mais, já que não existem remédios, médicos, e há milhares de pessoas esperando por consultas, que não conseguem se operar, porque não têm uma marcação de consulta na tal de Central de Marcação de Consultas. Há milhares de pessoas em Porto Alegre que não conseguem remédios - não conseguem médicos -, não conseguem fazer as suas operações.

Vamos adiante. A Habitação também é tarefa do Governo Federal, Estadual e Municipal.

Quer dizer, resumindo, vamos ver que a política é um fracasso! Os Governos Municipais, independentemente de Partido político, são fracassados. A política Estadual, independentemente de Partido - já passou um, agora é outro, em seguida será outro -, é um fracasso também. E o Governo Federal também não ataca essas áreas da Segurança, da Saúde e da Habitação. Quer dizer, a política, em termos de execução, nos seus respectivos governos, para o brasileiro, é um fracasso.

Passam Partidos, passam regimes, passam tipos de governos, e os problemas são os mesmos ou até se acentuam, pela incapacidade do ser humano, do administrador, independentemente de seu Partido. Onde está o mal? Nós temos de descobrir! Será que os Partidos políticos não têm mais condições de ter bons políticos, bons administradores? Ou essa máquina partidária está atrapalhando a execução? Olha, essa é uma grande reflexão que tem de ser feita! Porque passam governos, independentemente de Partidos políticos, a Saúde continua a mesma ou pior, a Segurança é a mesma ou pior, a Habitação não se resolve; o que está falhando? Os Partidos políticos têm de fazer uma revisão; qualificar seus quadros, olhar profundamente para a população necessitada de segurança, de saúde, de habitação, de educação, porque alguma coisa está errada. Aqui falaram vários Partidos políticos, e os problemas são os mesmos. E vêm-se acentuando, há anos, há décadas. Não se resolve esse problema, e a população paga caro por esse mau-tratamento de todos os governos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vou solicitar ao ilustre Ver. Pedro Américo Leal que assuma a presidência, para que este Presidente possa fazer uso da palavra em Tempo de Presidente.

 

(O Ver. Pedro Américo Leal assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Pedro Américo Leal): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Tempo de Presidente.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Pedro Américo Leal, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, até o Ver. Cassiá - e eu incorporo a sua manifestação como aparte - refere que o Ver. Pedro Américo Leal está encerrando a sua atividade parlamentar na Câmara. Todos sabem que, neste ano, o Ver. Pedro Américo Leal não concorre às eleições, mas tem uma indicação. Não posso avançar, evidentemente, Ver. Pedro Américo Leal, porque estamos sob o guante da Lei Eleitoral, mas V. Exª tem uma indicação.

Já disse ao Ver. Pedro Américo Leal que ele tem uma vitalidade, um vigor, é um homem que hoje já é uma parte da história deste País, da história gaúcha, pelas posições que tomou ao longo do tempo. Portanto, é uma figura notável da Câmara Municipal de Porto Alegre; figura que orna, que dá qualidade a esta Câmara, pela sua afirmação, pelos seus atos. É, enfim, um homem de bem que tem a cidade de Porto Alegre. Ex-Deputado Estadual, professor, psicólogo, Coronel do grande Exército Brasileiro.

Mas não é este o meu tema, já que o Presidente, Ver. Pedro Américo Leal, detém essa faculdade para compensar outras que lhe tiram.

Eu estou usando a palavra para continuar numa temática, Ver. Pedro Américo Leal, importante, que é a questão da Saúde, envolvendo uma discussão que travamos ontem, que não vai parar, sobre o Hospital Vila Nova. Desde ontem, todos, principalmente este Vereador, estão conectados com esse assunto.

Ontem mesmo, depois da Sessão, fiz um contato com o Gabinete do Senador Sérgio Zambiasi, em Brasília, e falei com a sua assessoria jurídica. Há uma sinalização, Ver. João Antonio Dib, lá em Brasília, decorrente de tratativas feitas pelo Senador Sérgio Zambiasi e por outras figuras da República junto ao Ministro da Previdência e também ao Presidente do INSS, da possibilidade - vejam! - de não sair o leilão chamado para o fim deste mês.

Evidentemente que nós vamos continuar, todos, engajados nessa luta, nessa campanha, porque nós não podemos conceber que uma instituição, sem fins lucrativos, que atende a Saúde, e por se colocar à disposição do País, porque o SUS, esse Sistema Único de Saúde Pública, um sistema que envolve o Município, o Estado e a União, que paga, miseravelmente, os médicos e os serviços! Todos sabemos quanto custa uma consulta pelo SUS e quanto custa ao SUS um serviço prestado pela assistência hospitalar. É algo extremamente aviltante!

E o Hospital Vila Nova, há muitos anos, vem atendendo, em 95% pelo SUS, coisa que não acontece com todos os hospitais. Não estou fazendo crítica, apenas estou registrando, porque a gente sabe que a auto-sustentabilidade é questão fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade, mas o nosso Hospital Vila Nova está em profundas dificuldades, e nós temos de encontrar uma solução. Então, na próxima segunda-feira, haverá uma reunião com a alta Direção do INSS, aqui em Porto Alegre - já estamos apelando à Direção do INSS, ao Superintendente -, oportunidade em que será levado um Plano, e estamos aqui, por assim dizer, rezando, para que isso tudo dê certo, e não acredito de forma diferente.

Não posso conceber que uma instituição que atende a Saúde, pelo SUS, que é um sistema público, possa ser fechada. Não nos passa pela imaginação, Ver. Pedro Américo Leal, que uma Instituição que presta saúde e atende os pobres, aqueles que não têm nenhuma forma de atendimento, em lugar nenhum, possa ser fechada. Não vamos permitir! É, é isso aí! Não vamos permitir. Vamos oferecer as resistências cívicas. Por que não oferecer resistência cívica, sim? Resistências cívicas, urbanas, civilizadas ao ato. Por que não? Alguém discute a causa de se lutar para que não saia o leilão? E o Hospital Vila Nova está nesta situação, fundamentalmente, basicamente, porque está atendendo pelo SUS – que é o sistema de saúde dos pobres, daqueles que não têm condições de ter um plano de saúde, de estar num hospital em condições.

Então fica aqui a nossa manifestação, como relato: segunda-feira, uma reunião com a alta Direção do INSS, em Porto Alegre, para a qual levaremos um plano. Por outro lado, sinalizou Brasília, através do Ministério, e da presença do INSS, a possibilidade - sim, a possibilidade - de encontrarmos uma solução negociada.

Então, fica aqui a nossa manifestação. Essa é uma luta da Casa, essa é uma luta da Cidade, essa é uma luta, enfim, do povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, que dirige os trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras, nós queríamos, hoje, no tempo de Liderança, voltar a tratar de um assunto que nos parece de grande importância para todas as grandes cidades deste País.

Nos dias 14, 15 e 16 de junho, reuniu-se o Conselho das Cidades, em Brasília. Dia 21 de julho, a Frente Nacional de Prefeitos reuniu seu grupo de trabalho de transporte urbano, e, nos dias 6 e 7 de agosto, recentes, foi realizado o primeiro Encontro Nacional do Movimento pelo Direito ao Transporte, que reúne, hoje, Ver. Gerson, mais de 400 entidades, empresários, entidades sociais e Poder Público. E todos eles preocupados, nesses encontros, nessas reuniões, com o mesmo tema e em torno de dois grandes eixos.

O primeiro grande tema: a questão do barateamento da tarifa como meio de inclusão social.

Os dados indicam que 37 milhões de brasileiros não têm acesso permanente ao transporte coletivo, ao transporte público ou privado, por falta de condições de arcar com a tarifa. E por que isso acontece? Para se ter uma idéia, entre 1994 – quando inicia a era Fernando Henrique – e 2003 – quando encerra –, as tarifas do transporte coletivo aumentaram 300%, de uma média de R$ 0,36 para um valor médio de R$ 1,44. De julho de 2001 a junho de 2004, enquanto a gasolina aumentou 25,5%, o diesel – que é o combustível do transporte coletivo –, aumentou 94%, num claro incentivo, através desses valores, ao transporte individual contra o transporte coletivo.

Isso tudo fez parte de uma política da Petrobras de tornar-se competitiva no mercado internacional da gasolina. E o diesel, como ela importa - não exporta -, esse problema não surge. Mas, objetivamente, isso levou a esse aumento extraordinário da tarifa pública do transporte coletivo e a um aumento, portanto, do diesel em relação à gasolina.

É de 67% a mais o percentual de queda da utilização do transporte coletivo, pelo exagerado aumento da tarifa, de 20%, nos últimos 10 anos; e a passagem, o transporte, que, na década de 70, representava para as famílias que recebem até três salários mínimos, 5,8% do orçamento, na década de 80 chegou a 12,4%, e na década de 90 representou 15%. Isso tem levado, então, a que todos esses fóruns debatam e proponham, hoje, a redução do preço do diesel, obtendo, em contrapartida, a redução no preço da tarifa.

Essa é uma bandeira que já foi aprovada pelo Conselho das Cidades, é uma bandeira da Frente Nacional de Prefeitos e do MTD. Alguns estudos indicam que uma redução de 50% no preço do diesel, que não alcançaria tudo a mais que ele aumentou em relação à gasolina, reduziria em 10% a tarifa, e poderíamos ainda ter outras medidas complementares, que é a proposta mais global.

Por fim, uma segunda grande bandeira tem sido para que os recursos da CIDE sejam descontingenciados e aplicados assim: 25% do CIDE da União para a infra-estrutura urbana; 50% do CIDE do Estado para a infra-estrutura urbana, e 100% do CIDE do Município para a infra-estrutura urbana. Então, essa é uma bandeira que nós trazemos a esta Casa. O Ver. Elói outro dia já tratou dessa sua preocupação com o transporte coletivo; a crise em Guaíba mostrou o grau a que chegou, e em Florianópolis também. É preciso que o Poder Público e a sociedade tomem medidas pelo barateamento da passagem. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs Vereadores, nesta semana, o Grupo Hospitalar Conceição apresentou a sua prestação de contas à comunidade. Eu queria fazer esse registro do extraordinário trabalho que vem sendo realizado pelo Grupo Hospitalar Conceição, que é o maior complexo hospitalar da Cidade e um dos maiores do País. Para ver o tamanho e a importância que esse Grupo tem para a Saúde Publica no Estado, vou informar alguns dados: foram feitos, Ver. João Dib, 81.606 exames ambulatoriais; em internações, 66.564; radiologia, em ambulatório, 7.800 e 2.500 internações; e assim vai.

Sabemos que essa é uma área sempre delicada e difícil. É extraordinário o trabalho que vem sendo realizado, com denodo e dedicação, por um ex-colega nosso, ex-Presidente desta Casa, o Superintendente João Motta, além de uma série de outras ações.

O relatório é bastante extenso, está à disposição de todos os Vereadores, mas demonstra que, de fato, está-se trilhando um caminho no sentido de, inclusive, desobstruir as relações entre o complexo hospitalar e a saúde pública municipalizada de Porto Alegre.

Quero, também, tratar de outro tema, que tem sido objeto de um intenso debate, não só aqui, mas no Brasil inteiro, que é a questão da Segurança Pública.

Fico surpreso, porque, nos quatro anos do Governo Olívio Dutra, o tema segurança foi tratado quase como "arrasa-quarteirão", nada estava certo, e achavam que, com a possibilidade de substituir o Governo e o Secretário José Paulo Bisol, o problema da Segurança estaria resolvido. Foram feitas muitas promessas nesse sentido.

Tratar de temas complexos de forma rápida, às vezes, sem maior profundidade, acaba-se voltando contra quem faz isso com muito mais virulência.

Agora, o que me surpreende é que, ao longo de quatro anos, foi sendo gestada uma crítica sistemática à política de Segurança Pública. E não se construiu nenhum projeto para a Segurança Pública.

Vou citar três exemplos: o cercadinho para as profissionais do sexo – proposta feita – vejam se isso é aceitável? – pela Secretaria da Justiça; os PMs temporários – colocar jovens mal treinados, despreparados para assumir o policiamento, substituindo um curso de 8 meses que os brigadianos profissionais têm, no mínimo, por um curso que não chega a 3 meses. Um jovem, recém-saído do exército, sem preparação, para assumir uma tarefa que é feita sob alto grau de tensão, enquanto há 800 brigadianos concursados, esperando a convocação. Então, é uma precarização do trabalho da Segurança. E, agora, a mais recente proposta, que é a da privatização dos presídios. Essa proposta, Ver. Luiz Braz, ela fracassou nos Estados Unidos. Essa proposta fracassou em todos os lugares em que foi implantada; os dados dos lugares onde os presídios foram privatizados são de que aumentou a violência aos presidiários e aumentaram os custos do Estado com cada presidiário. Enfim, para que serve essa proposta? É evidente que, ao terceirizar esses serviços, não há um controle da qualidade, e mais, do respeito aos direitos humanos que se pratica no interior das prisões.

Portanto a violência no interior das prisões, segundos dados americanos, onde primeiro foi implementada essa política, aumentou muito. O gasto aumentou muito, e, portanto, a insegurança também continuou pior do que estava antes.

Então, eu quero concluir, dizendo que me surpreende que depois de quatro anos de intenso embate, combate político em segurança, nós tenhamos apenas propostas pífias, propostas que não compõem, efetivamente, um plano de segurança que, a rigor, inclusive, o Governo está devendo, pois prometeu que iria apresentar um plano de Segurança em março, e até hoje não apresentou.

Então eu queria chamar a atenção para esse debate na Câmara. É um tema de grande relevância, e me parece que a abordagem, o caminho que a Segurança Pública no Estado está buscando não é justo, mesmo que eu entenda, e não quero repetir a facilidade do discurso, que segurança é algo muito complexo e precisa ter uma interação entre os Poderes para resolver.

O discurso fácil, mais uma vez, demonstra, logo depois, a fragilidade das propostas, e o que temos é cercadinhos para profissionais do sexo, PMs temporários e privatização dos presídios. Convenhamos que é algo muito modesto, muito pífio que demonstra, na verdade, o vazio do Projeto de Segurança que nós temos para o Rio Grande do Sul.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Diante do Requerimento, procederemos à verificação de quórum. O Ver. Luiz Braz estava inscrito para uma Comunicação de Líder, mas eu não tenho outra solução, eu vou verificar o quórum.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu lamento muito, porque sempre se respeitou a inscrição de qualquer Liderança quando se faz a verificação de quórum. Mas eu não insisto, eu deixo que V. Exª tome a decisão que acredita ser a mais sábia para a condução dos trabalhos.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu não tinha conhecimento de que alguma Liderança estivesse inscrita; eu só vi que no plenário não tem mais quórum. Mas, de qualquer forma, se for para impedir alguém, eu estou retirando o meu Requerimento. Mas que não há quórum, não há!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Dib, portanto retira o seu Requerimento, em face das considerações todas feitas, homem sensível que é.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Ver. Pedro Américo Leal, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, primeiramente quero agradecer a compreensão deste Plenário, para que nós pudéssemos manter exatamente a ordem que sempre aconteceu e o respeito às Lideranças que se manifestam aqui desta tribuna.

Eu ouvi, Ver. Pedro Américo Leal, e V. Exª é um especialista em Segurança, que aqueles Vereadores que criticavam anteriormente o Secretário de Segurança, no Governo passado, estavam equivocados, porque, afinal de contas, quem assumiu o Governo não conseguiu fazer com que esta área da Segurança Pública pudesse sofrer uma transformação positiva. Eu acredito que esse discurso é um discurso extremamente equivocado. Não é pelo fato de nós ainda não termos uma Segurança Pública a contento aqui no Rio Grande do Sul, que nós vamos admitir que o que aconteceu na gestão passada com o Secretário Bisol era algo que estava correto. Nós tivemos, na verdade, uma extrema insegurança desde o ano passado, como também não nos sentimos absolutamente seguros agora. Mas eu acho que as questões, na verdade, elas não se prendem, única e exclusivamente, à quantidade de policiais que nós temos nas ruas ou às repressões que são feitas, ou às prevenções dessa área da Segurança Pública. Eu acho que vai além.

Eu ouço, por exemplo, um discurso e vejo algumas notícias que são veiculadas por meio dos órgãos de imprensa, e realmente me sinto alarmado porque, imaginem só, eu ouço falar que a economia está-se recuperando e que foram criados um milhão e 200 mil empregos. E, de repente, com essas notícias, nós poderíamos imaginar que nós estamos vivendo, Ver. Pedro Américo Leal, novos tempos e que, de repente, nós estamos num novo Brasil! E aí nós vamos olhar, Ver. Pedro Américo Leal, o que acontece, realmente, aqui, em nosso Estado, o que acontece aqui no nosso País, e nós vamos ver o seguinte: nós não temos novas indústrias, nós não temos, na verdade, nenhum sinal evidente de que a economia esteja realmente se recuperando; nós vemos apenas queixas e mais queixas dos empresários e de pessoas que se sentem completamente abandonadas, porque elas sentem que não existe uma perspectiva de futuro muito lógica. E como, de repente, os empregos vão-se escasseando, porque se fala nos empregos que foram criados, mas não se fala nos empregos que estão desaparecendo!

Ontem, numa simples nota do Jornal Correio do Povo, eu lia, por exemplo, que no interior do nosso Estado, mais naquela região de Santa Cruz, com o fechamento e com o problema daquelas indústrias, mais de mil vagas de empregos desapareceram, assim de uma hora para outra! E eu pergunto: foram criadas, nesses oito meses, um milhão e 200 mil vagas de empregos, mas quantas vagas foram fechadas, Ver. Pedro Américo Leal? Essa é a notícia que eu queria saber! E é por isso que nós temos insegurança no País! É porque nos falta emprego! É porque falta, na verdade, uma perspectiva econômica mais segura, e, aí, nós vamos tendo, cada vez mais, maior insegurança! Então, não adianta dizer que não está dando certo - a Secretaria de Segurança, agora, está sendo criticada também por aqueles que são da oposição - e que no passado as coisas aconteceram corretamente, porque não é assim! E não vai acontecer no futuro se nós não conseguirmos fazer um discurso honesto sobre economia e não conseguirmos enfrentar os problemas econômicos que acontecem aqui no nosso País de forma realmente honesta!

Não adianta apenas as notícias veiculadas nos órgãos de imprensa para tentar fazer com que a população pense de maneira positiva. Nós precisamos, realmente, de ações práticas que possam fazer com que a população sinta efeitos positivos reais. Muito obrigado, Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, para que eu não seja mal-entendido, eu digo a Vossa Excelência que, se não houver mais Lideranças inscritas para usar a tribuna, eu peço a verificação de quórum, porque eu vejo que não há quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Dib, o Ver. Professor Garcia está inscrito. Logo após o Requerimento de V. Exª, para que façamos a verificação de quórum, será deferido.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, muito obrigado, Ver. João Antonio Dib, pela sua observação, inteligente como sempre.

Ontem, nós tivemos a oportunidade de participar de uma reunião no Colégio Nossa Senhora da Glória com a comunidade do entorno do Colégio, mais pequenos comerciantes e moradores daquela região, para tentar uma solução relativa ao trânsito para quem sobe a Oscar Pereira, trânsito esse que teve algumas alterações em função da 3ª Perimetral. Na realidade, a dificuldade maior, hoje, é para quem sobe a Oscar Pereira, e, quando entra na Intendente Alfredo Azevedo, fica apenas em uma mão. Quem sai da Escola para ir em direção ao Centro tem de entrar na Intendente Azevedo, pegar a Manduca Rodrigues, Jônatas Borges Fortes, Domício da Gama, Madre Ana e voltar para a Oscar Pereira. Então, poder-se-ia, simplesmente, ir reto. Essas pessoas têm de fazer quase dois quilômetros ou dois quilômetros e meio para voltar novamente para a Oscar Pereira, em direção ao Centro. Ontem, nós vimos que as reclamações são idênticas, ou seja, quase todos os pais que levam os seus filhos, que estudam no Colégio Nossa Senhora da Glória, relataram essa dificuldade.

Também queremos registrar que a Srª Cristina, Diretora de Tráfego da EPTC, que participou da reunião, teve o bom senso de escutar todas as manifestações, que foram inúmeras; mesmo em dia de chuva o auditório da Escola teve um grande movimento de pais, pequenos comerciantes e moradores. Ficou mais uma vez ressaltado que a prioridade, embora tenha-se que atender a questão do trânsito, é o pedestre, principalmente numa área próxima de escola. Ficou acertado, então, que também serão demarcadas as áreas mais intensas para o tráfego de pedestres. E a preocupação maior foi justamente nesse segmento, ou seja, que uma pessoa que está de carro e poderia simplesmente ir reto na Oscar Pereira, tem de fazer dois quilômetros a dois quilômetros e meio para voltar novamente à Av. Oscar Pereira e ir em direção ao Centro.

Outra preocupação dos pais é que, se quiserem subir a Oscar Pereira, quando largam seus filhos, não conseguem também fazer a conversão à esquerda. Uma das situações que nos falaram, muito comum, é, por exemplo: qualquer criança que se machuca na Escola, o primeiro hospital para o qual eles a levam é o Divina Providência, que é ao lado. Também têm de fazer dois quilômetros e meio para pegar a Oscar Pereira e subir, quando simplesmente poderia haver uma conversão à esquerda.

Ontem, foi uma reunião muito proveitosa. A EPTC anotou todas as situações e prometeu, dentro de um prazo de duas a três semanas, apresentar para a comunidade um estudo de viabilidade daquela região. Eu acho que o sistema democrático permite isso; acho que isso é salutar no processo: ouvir a comunidade, ouvir os segmentos interessados e, de forma simples e fraterna, tentar equacionar os problemas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a atuação de um Parlamento Municipal é extremamente diversificada, porque nos cabe a responsabilidade dos debates dos temas políticos que envolvem a vida das pessoas e também os dramas cotidianos e os problemas específicos dos diversos bairros da Cidade. O transporte urbano de Porto Alegre é um transporte qualificado, é um transporte que conta, inclusive, com o empenho importante para o atendimento da maioria das regiões da Cidade. Porém, uma decisão tomada pelo Executivo Municipal tem inclusive retirado um direito assegurado e reafirmado no Estatuto do Idoso. A conquista do Estatuto do Idoso é mais uma conquista nessa área do processo civilizatório da nossa sociedade. Significa que as pessoas, independente da sua faixa etária, da sua ideologia, da sua religião, do seu status, da sua condição, da classe social a que pertencem, devem ter os mesmos direitos. As legislações como a do Estatuto do Idoso, portanto, devem ser compreendidas como uma conquista legal que reflete a conquista desse processo civilizatório. Porém, a grande dificuldade que temos neste País é a da aplicação das leis garantidas pelo Parlamento. Lendo a imprensa desta semana, entre várias denúncias que saíram do não-cumprimento do Estatuto do Idoso, de novo voltou à tona uma temática que eu acho que tem de preocupar esta Casa, porque tem garantido uma situação diferenciada para os idosos. As entidades de defesa dos idosos, há muito tempo, têm denunciado isso e, evidentemente, esta Casa tem recebido várias reclamações em relação a isso. Eu estou falando dos 160 mil idosos de Porto Alegre que enfrentam o problema, por uma decisão da Prefeitura, através do seu sistema de transporte e da EPTC, que é o órgão responsável por isso, que tem obrigado os idosos a entrarem pela porta da frente dos ônibus. Muitos idosos que pegam os ônibus nas proximidades dos postos de saúde, depois de terem sido atendidos com enorme dificuldade nas unidades de saúde, de terem ficado nas filas, aguardam os ônibus e entram, de uma forma discriminatória, pela porta da frente. O espaço reservado para eles não é suficiente, eles são obrigados a ficar amontoados naquele pequeno espaço, enquanto os passageiros pagantes entram confortavelmente e sentam naqueles assentos que lhes são destinados.

O mais absurdo é que, se tiverem sobrando, por exemplo, dez lugares, no espaço em que o usuário pagante ocupa nos ônibus, os idosos, saindo de um posto de saúde, são obrigados a ficar em pé, porque aquele espaço foi previamente, e discriminatoriamente, reservado para esses idosos. Eu quero dizer aos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras que em outras cidades brasileiras houve esse procedimento e a Justiça daqueles Estados deu ganho de causa às entidades de defesa dos idosos que, não se conformando com essa ação discriminatória, permitiu que todos os idosos e não-idosos tivessem acesso com a mesma condição, com o mesmo conforto, ao transporte coletivo.

Essa é uma denúncia antiga que chegou a esta Casa; várias vezes nós subimos à tribuna para denunciar essa circunstância. Eu acho que o agravamento dessa situação tem gerado novas denúncias e pressões dos idosos, que são obrigados a ficarem confinados nos pequenos espaços da área dianteira dos ônibus. Nós deveríamos, enquanto Vereadores, procurar construir, através do diálogo, uma solução para esse problema. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito verificação de quórum, a pedido do Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) (Após a apuração eletrônica.) Há 11 Vereadores presentes; há quórum.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0105/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 025/04, de autoria do Ver. Zé Valdir, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Professora Ana Alice Dalcin Zorzi.

 

PROC. N.º 3065/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 131/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Raimundo Ely um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. N.º 3738/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 160/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Praça Arq. Leo Ferreira da Silva um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.

 

PROC. N.º 3892/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 035/04, que desafeta parte de área de praça cadastrada sob n.º 73/1 e autoriza sua permuta por fração ideal de imóvel pertencente à sucessão de Luiz Bidino Termignoni e recuo viário do imóvel n.º 3060 da Av. Cristóvão Colombo.

 

PROC. N.º 3894/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 037/04, que institui Área Especial de Interesse Social, na Categoria de AEIS II, na gleba situada na MZ 08, EUE 050, com vistas à regularização de loteamento irregular situado na Estrada Edgar Pires de Castro, 9780, e dá outras providências.

 

PROC. N.º 3622/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 024/04, que revoga a Lei n.º 5.696, de 26 de dezembro de 1985, que declarou de utilidade pública a Sociedade Brasileira de Cultura – SBC. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 3786/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 025/04, que revoga a Lei n.º 3.732, de 21 de dezembro de 1972, que declarou de utilidade pública a Sociedade Beneficente “O Bom Redentor”.

 

PROC. N.º 3832/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 033/04, que revoga a Lei n.º 5.582, de 18 de junho de 1985, que declarou de utilidade pública o Grêmio Esportivo Bagé.

 

PROC. N.º 3985/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 100/04, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Advogado Nilo Bernardi.

 

PROC. N.º 1945/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 078/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que denomina Rua Líder Comunitário João da Silva um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 3543/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 153/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Leodoro Pereira da Silva (Lico) um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Serraria.

 

PROC. N.º 3806/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 161/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Cícero Viana um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Hípica.

 

PROC. N.º 3810/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 095/04, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que institui o Prêmio “Jovem Cidadão (ã)” a ser concedido a jovens que se destacarem pela realização de projetos sociais na cidade de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 3811/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 096/04, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que institui o Prêmio Leonel Brizola – Ética Política, que será concedido, anualmente, à pessoa que se destacar em suas atitudes éticas no exercício da política, e objeto de Resolução, com subscrição de, no mínimo, um terço dos Vereadores e entregue em Sessão Solene a ser realizada no dia 21 de junho, no Plenário Otávio Rocha.

 

PROC. N.º 3502/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 147/04, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que autoriza o Município de Porto Alegre a erigir monumento ao gaiteiro no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em homenagem aos gaiteiros gaúchos.

 

PROC. N.º 3532/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 154/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Pastor Ubiratan Batista Job.

 

PROC. N.º 3547/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO  N.º 011/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que inclui inciso XVIII no art. 162 e altera a redação do inciso II do art. 164 da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, e alterações posteriores, incluindo no Modelo Espacial do PDDUA novos equipamentos, vias e alargamento viário que envolva demolições de prédios ou redução dos Recuos para Jardim, bem como retira do gravame do PDDUA os projetos de prolongamento e alargamento viário das Ruas Anita Garibaldi e Carlos Huber.

 

PROC. N.º 3600/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 157/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui o Dia do Cliente a ser comemorado, anualmente, no dia 15 de setembro, que passará a integrar o Calendário de Eventos Oficiais do Município de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 3790/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 029/04, que dá nova redação ao art. 1.º da Lei n.º 5.697, de 26 de dezembro de 1985, que declarou de utilidade pública a Sociedade Cultural e Beneficente Padre Reus.

 

PROC. N.º 3886/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 164/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Jandira Pereira Santos um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 3911/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 166/04, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Rua Terceiro Sargento Euclides Marques de Oliveira um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. N.º 3981/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 170/04, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Vacaria um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema Green.

 

PROC. N.º 3984/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 172/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Marta Costa Franzen um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Bom Jesus.

 

PROC. N.º 4422/03 - SUBSTITUTIVO N.º 01, que inclui a expressão e parques, após a expressão ruas, praças, jardins, na ementa e no art. 1.º da Lei n.º 8.284, de 24 de março de 1999, que dispõe sobre a campanha permanente de incentivo à arborização de ruas, praças e jardins da Cidade e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 341/03, ambos de autoria do Ver. Haroldo de Souza.

 

PROC. N.º 3893/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 036/04, que declara de utilidade pública a Legião da Boa Vontade – LBV.

 

PROC. N.º 3930/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 038/04, que altera e dá nova redação às descrições dos imóveis constantes nos artigos 1.º e 2.º da Lei n.º 8.363, de 21 de outubro de 1999, que autorizou a desafetação de uso especial de imóvel do domínio público municipal e permuta entre passagem de pedestre de propriedade de Condor - Empreendimentos Imobiliários S/A, para relocalização da passagem de pedestres localizada na quadra 154 com frente para a Av. Dr. Nilo Peçanha.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 3321/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 088/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Senhor Nicolau Richter.

 

PROC. N.º 3787/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 026/04, que revoga a Lei n.º 3.527, de 16 de setembro de 1971, que declarou de utilidade pública o Centro Nossa Senhora de Fátima de Promoções Comunitárias.

 

PROC. N.º 3788/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 027/04, que revoga a Lei n.º 5.767, de 11 de julho de 1986, que declarou de utilidade pública o Centro de Estudos Professor Álvaro Barcellos Ferreira.

 

PROC. N.º 3789/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 028/04, que revoga a Lei n.º 4.018, de 18 de setembro de 1975, que declarou de utilidade pública o Grupo Espírita Lar Francisco de Assis.

 

PROC. N.º 3791/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 030/04, que revoga a Lei n.º 4.256, de 30 de dezembro de 1976, que declarou de utilidade pública o Instituto Brasileiro de Planejamento - I.B.P.

 

PROC. N.º 3792/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 031/04, que revoga a Lei n.º 6.381, de 20 de janeiro de 1989, que declarou de utilidade pública a União de Mulheres de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 3831/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 032/04, que revoga a Lei n.º 3.877, de 02 de junho de 1974, que declarou de utilidade pública o Centro Cultural Ítalo-Brasileiro Dante Alighieri.

 

PROC. N.º 3834/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 097/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Senhor Ricardo Baldino.

 

PROC. N.º 3835/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 098/04, de autoria dos Vereadores Almerindo Filho e Reginaldo Pujol, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Edgard Dutra Pinheiro.

 

PROC. N.º 3857/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 034/04, que revoga a Lei n.º 4.475 de 31 de outubro de 1978 que declarou de utilidade pública a Associação Brasileira de Combate ao Alcoolismo.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Solicito, Sr. Presidente, nova verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está-se dirigindo à tribuna e o Ver. Cláudio Sebenelo pede a verificação de quórum. É uma questão de alta indagação. Eu vou fazer um apelo ao Ver. Cláudio Sebenelo, e vou dar a palavra ao Ver. João Antonio Dib.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, com todo o respeito e o carinho que eu tenho por V. Exª - V. Exª sabe disso -, eu solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. João Antonio Dib, eu solicitaria que V. Exª esperasse que este Vereador...

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dada a palavra ao orador, não há verificação de quórum. Se V. Exª quiser fazer verificação de quórum, faça! Mas dada a palavra ao orador, não há verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu só pediria que V. Exª me desse um segundo. Ver. Cláudio Sebenelo, V. Exª fez o pedido de verificação de quórum, o Ver. João Antonio Dib foi chamado e se dirigiu à tribuna, e coloca uma situação complexa para a Mesa, mas eu ainda vou, Ver. Cláudio Sebenelo – sei que posso frustrá-lo na decisão – assegurar a palavra ao Ver. João Antonio Dib, que tem a palavra para a discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Vereador conhece o Regimento Interno: com o orador na tribuna, não há verificação de quórum. Mas, de qualquer forma, eu não vou impedir, já que eu pedi várias vezes a verificação de quórum, e não havia quórum, mas eu fui tolerante, condescendente, eu fui correto nas minhas colocações. Então, eu estou me retirando da tribuna, mas agora por minha vontade e não por vontade de quem quer que seja. O Regimento me assegura o direito de falar. Mas eu também tenho o direito de me retirar da tribuna. Saúde e PAZ!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu vou fazer uma verificação de ofício.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Solicito verificação de quórum nominal, Sr. Presidente, e gostaria que o Canal 16 mostrasse, hoje à noite, em destaque, o final desta Sessão Plenária.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito aos Srs. Vereadores que consignem as suas presenças. (Pausa.) (Após a apuração eletrônica.) Há 10 Vereadores, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h43min.)

 

* * * * *